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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Dias de Chuva


Constantemente venho me perguntado por que as pessoas insistem em sair de casa no dias chuvosos. Não falo aqui daqueles chuviscos de verão, nem daquelas pessoas que não tem outra alternativa se não se ausentar diariamente de seus lares. Me refiro, assim, aos dias efetivamente chuvosos, onde toda a água represada no céu decide, de uma hora pra outra, cair. Sem motivo algum.
Quero falar, desta forma, das pessoas que, sem mais nem porquê, decidem, extamente nos dias que alcançam índices pluviométricos exorbitantes, ir para a rua.

Definitivamente, as ruas das grandes cidades não foram feitas para esses dias. E isso todo nós - inclusive "nós" que saímos de casa sem necessidade alguma nos dias de chuva - sabemos! Não por acaso é justamente nesses dias que ocorrem todos os alagementos, deslizamentos, desabamentos, afogamentos, congestionamentos, atropelamentos, arrombamentos, casamentos, enfim, todos os "mentos" ruins que podem existir.

Por esse motivo, eu insisto em me perguntar: por que tanta gente passa por tantos perrengues nos dias de chuva?! E é claro, não consigo imaginar outra resposta, senão: "porque resolveram sair de casa!!!" É obvio!
De certo, a programação na TV não é das mais atraentes, e nenhum produtor é tão inteligente a ponto de antecipar para a "Sessão da Tarde" o filme que estreiaria na "Tela Quente". Seguraríamos em seus lares, pelo menos, 30% da população.

Há também aqueles que insistem em resolver todos seus problemas (que não foram resolvidos há anos) exatamente nos piores dias de chuva. Decidem, então, autenticar documentos, abrir firma, regularizar CPFs, registrar nascimento dos filhos, tirar passaporte, enfim...
Imagino eu, que imaginam eles, que não enfrentarão filas! Talvez estejam certos, mas se, simplesmente, fechássemos as repartições nesses piores dias (e veja bem, só nos piores dias!), evitaríamos que 40% das pessoas molhassem seus pés nas milhares de poças de lama da chuva.

Sobrariam, então, 30% da população (por favor, confiram as minhas contas), que são aqueles, antes citados, que não podem deixar de sair de casa, por um motivo justo ou outro, somados aos outros que, não obstante terem a oportunidade de verem um bom filme à tarde, ou saberem que não terão o que fazer na rua, decidiriam ir de encontro às soluções aqui apresentadas e sairiam felizes na chuva, mesmo assim!

Bom, não retiro o direito de vocês. Afinal de contas, se vocês não se aventurarem nesses dias chuvosos, quem irá fotografar (pelos celulares) os pontos de alagamento das ruas? Quem irá relatar a demora dos ônibus, nos pontos de espera? Quem irá nos entreter com as estórias de abandono dos carros, em meio aos alagamentos, ou dos arrastões dos "trombadinhas da tempestade"? Quem irá filmar a árvore no momento em que ela caiu, ou o poste, no instante que despencou?
Vocês.
Nós, que submetidos a uma lavagem (de chuva) cerebral, esquecemos que nas nossas casas há muito o que fazer, e resolvemos sair para as ruas, para não conseguir fazer nada!

Um comentário:

Sou eu, e daí? disse...

Não me lembro do tempo em que (se é que houve esse tempo) você lançou um texto de opinião tão direta e intransferível como esse.

Tão longo então, menos ainda!

Parabéns, fiu! Pertinentes observações.

Abz.

PS: depois passe do lado de lá e diga se você já fez a reforma.