
E quem nunca sonhou em licitar seu próprio amor? Selecionar a proposta mais vantajosa e adjudicá-lo ao vencedor?
Ou não quis, por um dia só, se tornar inimputável? Rasgar as roupas do corpo, sair gritando feito um louco, e para os outros não ser culpável?
Quem nunca se frustrou ao tentar fazer um regime? De caixa! E por não conseguir dar o nó numa simples gravata? Ou por, sem ter feito nada, ter de pagar uma taxa?
Quem nunca quis para o outro, simplesmente, se declarar ausente, mas não teve coragem e, então, se descobriu beneficiado com um desses "auxílios-doente"?
Quem nunca quis defender os direitos de um amor nascituro? Ou quem nunca se viu no direito de usucapir o sentimento de um apaixonado inseguro?
Quem nunca quis estar imune a uma rejeição, e das dores do mundo ser agraciado com uma inesperada isenção?
Quem nunca quis estar imune a uma rejeição, e das dores do mundo ser agraciado com uma inesperada isenção?
Quem nunca comprou uma briga como terceiro interessado? Ou viu ser avaliado, por um perito terceirizado qualquer, o seu coração, para ser penhorado?
Quem nunca, com o fim de um romance não se entregou a uma embriaguez pré-ordenada? Ou durante dois ou três dias se tornou um ébrio habitual, pelas ruas da Calçada?
... quem nunca quis se emancipar da rotina? Ser anistiado das penas da faxina? Virar o tutor da Marina? (só para junto com Gil tentar impedir-lhe de o rosto pintar?)
Quem nunca sonhou, ainda tem esse direito...
Ainda tem esse direito, quem nunca sonhou!
3 comentários:
Muito bom!!!! mesmo!!!!!!
Tô impressionado!!! Larga essa porra de direito e vai ser escritor!!
muito bom peixe,
parabéns pelo texto
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